XXXII Corrida Duque de Caxias
Geral: 72ª Corrida 2008: 18ª
Corrida
Data: 23/08/2008 – 16h13min
(sábado)
Local: Praça da Bandeira –
Caçapava/SP
Distância: 6,33 km (3ª)
Tempo: 31:07
Velocidade Média:
Pontos
(Tabela Húngara):
171
Temperatura: sol com nuvens, 20ºC
Valor da Inscrição:
grátis
Número de peito: 256
Tênis: Sprint
branco/verde/vermelho (10)
Colocações:
Não
disponível
Resultado na Web:
Não
disponível
Medalha: não
teve
Camiseta: não teve
Foto:
Relato:
Mais uma corrida bonus
track, fora do cronograma e do calendário, que eu só acabei topando fazer
por uma série de, digamos, circunstâncias positivas: primeiro e mais importante,
porque eu sou fominha assumido mesmo e gosto tanto de correr como de
contar histórias; segundo porque a semana, devido à contusão da última prova da
Oscar, teve poucos treinos (só dois) e, nisso, corrida acaba virando
um também; terceiro e último, porque tínhamos outros compromissos ali por perto de
qualquer maneira. Juntou a fome, a vontade de comer e o fato de a geladeira já
estar ali mesmo...
Quando a inscrição para
uma prova é paga, além de participante, a gente é também consumidor e pode (ou deve) se portar como tal, exigindo os
direitos que, na falta de um contrato
devem estar explícitos no regulamento. Em se tratando de prova gratuita, dá até
para pegar um pouco mais leve na avaliação, mas existem coisas que são
simplesmente indispensáveis e cuja ausência pode obnubilar até a melhor das
intenções. Luxo é opcional; estrutura, não.
A data e o horário
escolhidos para a prova, certamente, não foram por acaso. A Semana do Exército,
que homenageia seu patrono com esta corrida é a atual, mas o domingo, dia
costumeiro de corridas, já tinha outras três provas encavaladas na
região: uma em Jacareí (com a minha presença já previamente confirmada), uma em
Sapucaí Mirim; e outra ainda em Taubaté. Depois, ficamos semanas só na base do cri-cri-cri-cri
... (silêncio tão grande que dá até pra ouvir os grilos cantando). Por
sorte, o calor que andou fazendo nos últimos dias deu uma boa amainada justo
hoje. Correr às 4 da tarde, com o sol que andou fazendo, seria tentativa
escancarada de suicídio.
Chegamos com pouco mais de 30
minutos para a largada e, como meu nome não estava ainda na lista, tive que
fazer a inscrição na hora. Ainda bem que deu tempo! Avisado de antemão de que não
haveria medalha, camiseta e nem cronometragem eletrônica (não faço questão, mas
é pena constatar que no ano passado a inscrição também foi de
graça e teve tudo isso!!!), fui de espírito desarmado.
Se desse para ficar entre os cinco primeiros da categoria (que eu achava ser de
5 em 5 anos) e faturar medalhinha que valia por trofeuzinho, beleza; se não,
que servisse então só para baixar um antigo e renitente recorde mundial
pessoal, o dos
Surpresa boa encontrar
amigos em uma prova com tão pouca gente. O seu Antônio chegou sem aviso prévio,
junto com Ana, Suelen, Alexandre e Irma. O seu Atelmo veio me cumprimentar,
dizendo que já me conhecia do Arquivo
e dos meus relatos publicados no CorridasDeRua.com.
Com atraso (anunciado) de pouco mais de dez minutos e depois de convencer o Dudu de que não
tinha número de peito para ele, finalmente saímos Caçapava afora. Em
Comecei a prova ao lado
do seu Antônio, que parece cada vez mais próximo dos bons (e não tão) velhos tempos. Seguimos
juntos até a primeira subida mais forte, onde senti que ele ficou um pouco. Olhei pra trás,
como que o chamando de volta para me acompanhar, mas vi que dali em diante teria mesmo que
fazer mais uma prova solitária. E o pior foi que, como já tinha acontecido em
Moreira César, por exemplo, abriu-se uma enorme clareira à
minha frente. O número de ultrapassagens até o final seria tão pequeno que, se a (minha) corrida
estivesse passando na TV, faria o telespectador cair no sono... O
desafio parecia que ia ser não errar o caminho.
Cachaceiro tem
em todo lugar; já cachaceiro metido a corredor, é um pouco mais raro.
Mas, como em quase todo percurso, sempre tem um boteco no meio, vez por outra,
a gente é obrigado a ouvir, por não ser surdo, pérolas do tipo "se
esse corre, eu também corro". Esse tipo de coisa já me incomodou mais,
hoje eu tenho uma medalhinha laranja com a palavra "maratona" escrita
pra esfregar na fuça de figuras como essa. E também um catálogo de plano
de saúde com telefones e endereços de ótimos médicos "cotovelistas".
Achar que eu sou melhor do que alguém só pelo fato de ter corrido uma maratona é
uma imbecilidade. Como também é subestimar quem quer que seja, pela aparência
ou por qualquer outro pré-julgamento. E viva a turma do fundão !!!
O transcorrer dessa
prova me mostrou claramente algo que vem sendo um erro na minha recente
estratégia de preparação: na busca por melhorar os tempos nas distâncias mais
curtas, mudei o foco do meu treinamento de musculação. Ao invés de séries com
carga baixa e muitas repetições, tenho feito mais exercícios de força, com mais
peso. Não chega a ser hipertrofia, não quero virar
"A Coisa" depois de
tiozinho, apenas ganhar um pouco mais de força e explosão muscular. Mas
isso está me deixando travado, mais lento e até mais suscetível a contusões,
como a que ocorreu no domingo passado. Hoje, a impressão que me deu foi que eu
estava correndo de caneleiras. A sensação de peso nas pernas veio logo e
quebrou um ritmo que já não parecia dos mais fortes. Semana que vem, sem falta,
tenho conversa séria marcada com meu instrutor e, quem sabe, a volta àquela
planilha sacrificante com treinos de resistência para maratonistas que, de
quebra, me ajudou também a conseguir bons resultados em provas menores.
Embora simples e até
deficiente em alguns pontos, a estrutura da prova merece também alguns elogios.
A distribuição de água foi adequada: houve tambores com copos na largada e mais
dois postos no percurso, suficientes para a distância e, aparentemente, com bom
espaçamento entre eles. O trânsito não foi fechado e houve uma certa
convivência com motoristas, mas o controle feito pelos soldados foi suficiente
para evitar transtornos, deu para correr tranquilo. No único ponto em que tive
dúvida sobre o caminho, já que todo mundo à minha frente tinha sumido, com um
gesto consegui me comunicar com o staff militar.
Sem noção de ritmo pela
falta das placas, minha única referência foi o "adversário" solitário
que encontrei pelo caminho. Primeiro o alcancei em um retão; depois ele, cortando
parte do caminho (imagino que involuntariamente) na chegada à marginal da
Dutra, retomou a posição. No “tobogã” ao lado da rodovia, ele chegou a
abrir e eu até a dar uma parada rápida para recuperar o ânimo. O alívio foi ver
que não teríamos todas aquelas subidas, de outras provas na cidade, para
enfrentar. A virada à esquerda foi antes, na Av. Brasil, e isso deu um certo
gás para tentar salvar o fim da prova. Passei o corredor perto da rodoviária e
não o vi mais, só vários caminhantes no percurso de
Terminada a prova,
recebemos um kit que, levando em consideração o custo x benefício, não foi dos
ruins: um suco em lata, mais copos d’água e dois bombons. Os organizadores das
provas em Caçapava, é bom que se diga, sabem estabelecer parcerias com as
indústrias da cidade e, mesmo em eventos de pequeno porte, chegamos a ter kits
pós-prova bem razoáveis. Detalhe curioso foi o do diploma de participação
entregue a todos e que dizem ser comum nas provas fora do país. Eu, até hoje,
tinha recebido apenas um, na Integração de Campinas em 2005. É
melhor do que nada, evidente. Mas será que custa tão menos que medalha no atacadista de
material esportivo (ou na fábrica)? Tenho certeza de que quase todos ali, material
runners ou não, preferiam uma medalhinha, tosca que fosse. Esperei, por desencargo de
consciência, o resultado da categoria BRAVO (30-39 anos) e, claro, os cinco que
subiram ao pódio chegaram bem antes de mim. Mas fiquei feliz ao ver a Irma
levantar o troféu (lindo, por sinal) de primeira da categoria dela e o seu
Atelmo fazer o mesmo na dele. E, por fim, ser quem chiou ao ver que o segundo colocado da faixa dos 60 anos, meu
parceiro de tantas e tantas corridas (30, pra ser mais exato) não fora chamado
para receber seu prêmio. Ele, modesto como grande pessoa que é, ia deixando
passar batido.
Enfim, foi meio
cansativo, mas divertido, de qualquer forma. Agora, é descansar uma meia
horinha e partir para a próxima batalha, na manhã desse domingo. Se o
Phelps pode, por que não eu? Com as subidas que dizem que tem, acho que vou
correr de costas pra fingir que são descidas...
Percurso:
Altimetria:
Gostei:
do percurso, da distribuição de água e do controle de trânsito
Não gostei:
da falta das placas de quilometragem, da distância “Mandrake”, de receber
diploma ao invés de medalha
Avaliação: (1-péssimo 2-ruim 3-regular 4-bom 5-excelente)
Média: 3,75
Viagem:
- Inscrição: 4,5 (na hora, mas tranquila)
- Retirada do kit pré-prova: 5 (só número)
- Acesso: 4,5 (estacionamento fácil e relativamente perto)
- Largada: 4,5 (atraso anunciado)
- Hidratação: 5 (postos suficientes e bem situados no percurso)
- Percurso: 3 (um pouco de tudo: subidas, descidas, retas longas; mas não tem a distância correta)
- Sinalização: 1 (inexistente)
- Segurança/Isolamento do percurso: 4,5 (não fechado, mas um bom trabalho no controle)
- Participação do público: 3,5 (concentrado na largada/chegada, bobagens no caminho)
- Chegada/Dispersão: 5 (cheguei sozinho)
- Entrega do kit pós-prova: 5 (tranquila)
- Qualidade do kit pós-prova: 4 (bom se levarmos em consideração a inscrição grátis)
- Camiseta: - (não teve)
- Medalha: 1 (embora ciente, não gostei na história do diploma; mesmo quem ganhou, levou uma bem feia pra casa)
- Divulgação dos resultados: 2 (apenas o tempo dos vencedores das categorias foi anunciado)
22 km, sem pedágio
BR-116 (Dutra)
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