Circuito Nacional de Corrida do Carteiro 2012

http://www.corridadocarteirospm.com.br/

 

Geral: 206ª Corrida 2012: 6ª Corrida

Data: 29/01/2012 – 08h04min (domingo)

Local: Prefeitura Municipal – Osasco/SP

Distância: 10,412 km (56ª) misto

Tempo: 52:56 (líquido) e 53:32 (bruto)

2011: 55:42 (-2:46) 5,5%

Velocidade Média: 11,8 km/h (3,28 m/s)  Passo: 5:05up(2,61%)

Pontos (Tabela Húngara): 177

Temperatura: sol entre nuvens, 24ºCsolnuvens

Valor da Inscrição: grátis (doação de 10 kg de arroz ou 2 latas de leite em pó)

Número de peito: 769

Tênis: Sprint verde/branco (3)

 

Colocações:

Geral: 381º (de 807) 47,21%

Masculino: 347º (de 642) 54,05%

Categoria 40-44 anos: 63º (de 109) 57,80%

 

Resultado na Web:

http://www.cronoserv.com.br/resultados_info.asp?calendario_chv=837

 

Medalha: ok

medalhacncc12

 

Camiseta: poliéster maisoumenos

camiseta

 

Foto:

 

Álbum de Fotos (Facebook)
Álbum de Fotos (Flickr)

Vídeo:

 

Relato:

Wordle: Circuito Nacional de Corrida do Carteiro 2012

A corrida nos permite experimentar várias sensações e uma das mais gratificantes talvez seja a da redenção. Ter a chance de voltar a um lugar onde as lembranças não são propriamente de grandes feitos e poder se recuperar, dar a voltar por cima, buscar o melhor de si, é mais um dos temperos que dão a esse nosso esporte um sabor inigualável. Ainda que a minha participação na mesma prova há quase um ano exato atrás não tenha chegado a ser um fiasco, sobretudo nas condições climáticas severas em que ela foi disputada, não deixei Osasco pela primeira vez totalmente satisfeito com o que fora capaz de realizar por lá. A vontade de um segundo round havia ficado adormecida, mas não desaparecera de todo.

 

A negação ao pedido de repetição da gentileza dos organizadores no ano passado, liberando excepcionalmente a retirada dos kits no dia do evento (o que, cá entre nós, deveria ser prática comum: sinceramente não vejo motivo para corridas de médio porte exigirem esse preciosismo da entrega somente antecipada, ainda mais para corredores de outras cidades), quase nos deixou de fora dessa vez. Mas para 100 Juízo não tem tempo ruim. Na reunião/treino/bate-papo de toda quinta-feira (se você é maluco do asfalto, apareça; se quer ser, também!) no Vicentina Aranha, ficou definido que o Wagner e Aldo (e mais tarde, também o Cap. Zebra) ficariam responsáveis pela viagem à sede dos Correios em SP no sábado para adiantar a parte burocrática. O transporte teve de ser agilizado também de última hora, mas, no fim, daria tudo certo. Às cinco e pouquinho da matina, com os dois Rodrigos, Aleixo e Almeida, chegando meio no susto, estávamos embarcando na van, com mais alguns passageiros extras na viatura do Seneval, no ponto costumeiro de baldeação.

 

Sem sono, apesar de uma noite de repouso curtíssima, fui quase o tempo todo batendo papo com os vizinhos de banco, não deixei ninguém cochilar... Qualquer dia desses vão me jogar pela janela do coletivo! E essa falta de descanso era apenas mais um item no meu grande rol de desculpas prontas para o caso de um eventual fracasso hoje. Tratava-se de nada menos que a minha sexta prova do ano (em apenas quinze dias, já que a primeira acontecera em Bertioga no dia 15/01). A dobradinha em plena quarta-feira, comemorando o aniversário de Sampa, tinha jogado o meu último mini-longuinho da base, 15 km em ritmo tranquilo, para o sábado, véspera dessa corrida. Data essa também de um jantar em família bastante saboroso, mas nada recomendável para poucas horas antes de uma competição: um belo de um churrasco na casa dos meus pais. Corrida é bom e eu levo a sério, quem me conhece, sabe. Mas, exceto por conta de uma ou outra prova-alvo mais importante, você não vai me ver abrindo mão de outros compromissos como esse (só não preciso enfiar o pé na jaca também!)... A vida é bem mais do que só correr.

 

Chegando com bastante antecedência e parando bem perto, no estacionamento da própria prefeitura, como no ano anterior, logo fomos pegar os chips (quem entrega isso no dia, poderia muito bem entregar o resto também!) e providenciar os demais rituais pré-prova. Entre os meus, algo não muito usual. Sentindo umas leves dores na panturrilha (causadas pelo treino da véspera, numa distância que eu não encarava desde 31/12, na São Silvestre Joseense), tinha feito desde então um tratamento intensivo, à base de gelo e pomada fitoterápica, para não correr o risco de perder a prova. Tateei a área, ainda sensível, mas já bem melhor que no dia anterior. Apliquei um spray canforado para dar uma garantida. E fui fazer o test-drive, um leve aquecimento ali mesmo pelas redondezas, para receber o “ok” do departamento médico. Se não estivesse legal, não pensaria duas vezes em abortar a participação na prova. Correr machucado não está com nada...

 

Mas estava bem. E bastante motivado também. Saudei amigos como Anderson Consenzo, Eduardo Acacio, Wilsão e o figuraça Ricardo Amaral, vulgo “O Corretor Corredor”, que tinha vindo direto de um jantar (de novo?) e aproveitado para dar uma cochilada no carro, ao lado da arena. E fui alinhar, ao lado de companheiros de equipe, como a dupla sertaneja João Georges & Edward, o gente fina em todos os sentidos Zé Roberto e dos amigos metropolitanos Aldo, Gilson, Tatiana e Rogerio Queirós. O atraso foi pequeno, qualquer coisa tipo quatro minutos. A buzina soou e, com um solzinho que ninguém esperava sobre a telha, depois de vários dias cinzas (e até frios!) seguidos, disparamos Bussocaba (ô nome de avenida esquisito!) afora.

 

Numa corrida, de qualquer tipo ou distância, você precisa saber trabalhar com o material que tem em mãos no momento. O que eu particularmente tinha era uma carcaça meio judiada do uso menos de 24 horas antes, ciente que tinha de administrar a situação. Ou usar isso como ideia fixa e arrastá-la pelos dez quilômetros do caminho. Começaria em ritmo bem mais leve que o de costume, tão menos lento quanto fosse capaz de ser. Quando vi que isso, em números, significava 5’05’’, fiquei até contente. Temi que pudesse ser acima dos 5’20’’. O apito soou bem antes da placa oficial do primeiro quilômetro. Coisa que se repetiria à frente em todas as demais.

 

Poucos metros depois da primeira parcial, uma cena triste e, felizmente, muito rara. Ver o nosso capitão e líder da equipe tendo de abandonar uma prova por contusão não foi nada agradável. Mas bacana constatar que mesmo feras como ele têm a humildade de saber quando é preciso parar. Seguiríamos todos adiante, levando no peito com orgulho o símbolo dos malucos do asfalto, para fazer aquilo que ele, infelizmente, não conseguiria apenas por hoje.

 

A confirmação de que a velocidade era mesmo de cruzeiro foi a repetição exata do pace no segundo bipe do relógio. Embora continue tendo como meta fechar minhas corridas de curta duração sempre com médias iniciando com quatro (e incluo nesse conceito as de 10k, coisa que não vejo acontecer desde 2010 e que QUERO E VOU voltar a fazer em 2012), confesso que me animei com a perspectiva de concluir a prova de hoje com essa cadência bisada nos dois primeiros quilômetros. Já era melhor que a encomenda (e que a média da edição anterior também).

 

Logo viria o primeiro posto de hidratação, dos dois lados, como eu gosto. Apesar de canhoto, quase sempre pendo para o lado direito (sou contraditório mesmo, não repare). E, em seguida, o tapete de controle no grampo, fazendo todo mundo pegar o caminho de volta pela pista oposta da mesma avenida. Se até então vínhamos só subindo o tempo todo, a recompensa viria com as descidas correspondentes. Primeiro a rampa mais forte e curta e depois a mais leve, mas praticamente contínua. Tinha visto, usando farda da mesma cor e modelo, o companheiro de equipe Tonico, mas do nada, ele tinha sumido da tela do radar. Para reaparecer de repente ao meu lado, dizendo que tinha parado para amarrar o cadarço. Passou e incentivou a seguir junto. Fui cauteloso, mencionei os 15 km da véspera e deixei que ele abrisse frente. Mas continuaria ali, na cola, usando o amigo como referência e motivação para manter a passada.

 

Em parte pela inclinação do terreno, mas também por já estar mais solto e sentindo que as pernas não estavam assim tão pesadas como imaginara, cravaria duas inesperadas marcas seguidas abaixo dos 5 x 1: 4’57’’ no km 3 e um segundo a menos no km 4, em frente à matriz do grande banco nascido na cidade. Com calor, mas uma temperatura bem mais amena que os mais de trinta graus do ano anterior (adiantar em uma hora a largada tinha sido muito boa pedida), correr estava bastante agradável. Contornei o novo grampo, já quase chegando aos monumentos em forma de arcos e à esquina com a Av. dos Autonomistas, disposto a fazer uma segunda volta dentro deste mesmo espírito. Passei ao lado do pórtico, depois de fechar o km 5 com 5’02’’ e averiguar que a volta completa tinha, segundo o GPS, cerca de 5200 metros. Que viessem...

 

No primeiro quilômetro dela, até que conseguiria manter a pegada. Pior que o anterior, mas ligeiramente melhor que o equivalente na primeira volta: 5’04’’ foi a marca. Só que a temperatura aumentara e o cansaço começava a dar alerta de estar chegando. Quando o amigo Joãoluis (é assim que ele assina, tudo junto) emparelhou e as subidas engrossaram de novo, deu para sentir que a queda de ritmo foi bem mais acentuada. Muitos encontros no trecho: alcançamos o Ricardo Minassian, os 100 Juízo Aldo e Rodrigo Almeida e fomos alcançados pelo combatente Nadais e pelo Rogério. Quando vi aqueles 5’31’’ na sétima parcial, pensei um nananina, nada disso. Se deixasse, isso se transformaria facilmente em um quase seis na próxima medição. Tratei de pegar o vácuo lusitano e, novamente na pista do caminho de volta, reacelerar para não deixar o trabalho bem feito até ali se perder.

 

Aí, novamente ajudado pelo caminho em declive, mas também pela renovação das energias para o último quarto do percurso, retomei a boa passada do início de prova, desviando dos caminhantes que também faziam parte da festa. As parciais seriam de 5’07’’ no km 8, 5’01’’ no km 9 e 5’06’’ no km 10. Contornando novamente o último grampo, tentei acompanhar a arrancada do gajo Nadais, mas falou mais alto a experiência e o chassis de frango dele. Sem problema: ter sido capaz de chegar poucos segundos depois do ligeiro amigo, fotografado pelo companheiro de equipe Wagner, de volta às pistas hoje, depois de bastante tempo parado (correndo apenas os cinco quilômetros iniciais), já foi motivo de orgulho (e discreta) comemoração. Sorri ao confirmar que a média havia sido aquela mesmo projetada no início, os 5’05’’ dos km 1 e 2. Não fosse a pane no km 7, dava para ter sido ainda melhor. Mas estava de bom tamanho. Muito melhor que os 5’25’’ de 2011, pelo menos, tinha sido. Quase três minutos a menos. E olha que daquela vez eu nem tinha corrido 15 km um dia antes... ;-)

 

A medalha manteve a tradição do pedestal, parando em pé pelos próprios meios, maior e mais bonita que a do ano anterior. A camiseta, entregue no kit pré-prova, também achei um pouco superior. O kit foi bem caprichado, sobretudo para uma corrida (quase) gratuita: isotônico, banana, maçã e barrinha de cereal, além de farta oferta de água. Valeu e muito a presença pelo segundo ano seguido. Mesmo tendo de fazer duas viagens (e/ou contar com a colaboração dos amigos), o que não deveria precisar, muito provavelmente estarei lá com toda a galera no ano que vem para uma terceira participação. E uma nova tentativa de baixar um pouco mais esse tempo. Diversão e saúde são fundamentais. Mas o desafio também é importante, sem ele certamente não teria a mesma graça.

 

Assim, fecho o primeiro mês do ano de forma totalmente atípica, com pouca rodagem e muitas competições. Talvez (e provavelmente) não tenha sido a melhor forma de fazer uma base para uma maratona. Mas estou satisfeito por estar em melhor forma e obtendo resultados bem melhores que no começo da temporada anterior. E bastante motivado para encarar os treinos, prioridade neste fevereiro que está para começar. Que venha a planilha para a Linha Verde! Vai ser pauleira, vai castigar, vai doer, vai dar vontade de chamar a mamãe. E vai valorizar ainda mais a linha de chegada...

 

Percurso:

SolidCaptureImage11346671

 

 

Altimetria:

SolidCaptureImage11261296

 

Gostei: ok

da antecipação do horário de largada, de uma prova gratuita e beneficente, mas com organização melhor que muito evento comercial

 

Não gostei: nok

de perder o direito à retirada do kit no dia da prova, da mantida imprecisão das placas e significativos metros a mais no percurso

 

Avaliação: (1-péssimo 2-ruim 3-regular 4-bom 5-excelente)
- Inscrição: 5 (grátis, internet)
- Retirada do kit pré-prova: 3 (perdemos um "direito adquirido"; será que uma prova pra menos de mil precisa mesmo de entrega antecipada?)
- Acesso: 5 (fácil de achar, estacionamento próximo)
- Largada: 4,5 (pequeno atraso, dispersão tranquila)
- Hidratação: 5 (postos suficientes e bem distribuídos)
- Percurso: 4,5 (interessante e variado, mesmo sendo em duas voltas)
- Sinalização: 4 (placas visíveis, mas novamente mal posicionadas)
- Segurança/Isolamento do percurso: 5 (funcionou bem, mesmo nos trechos em que houve apenas isolamento)
- Participação do público: 4 (concentrado na largada e chegada)
- Chegada/Dispersão: 5 (tranquila)
- Entrega do kit pós-prova: 5 (sem problemas)
- Qualidade do kit pós-prova: 5 (em se tratando de prova gratuita, excelente)
- Camiseta: 4 (equivalente à do ano anterior, talvez um pouco mais bonita)
- Medalha: 4,5 (no estilo da anterior, bonita e diferenciada; sem informações de data ou distância)
- Divulgação dos resultados: 5 (no mesmo dia, em formato lista, com tempo líquido e classificação pelo bruto)

Média: 4,57

Viagem:
101 km, 4 pedágios
BR-116 (Dutra)
São José dos Campos/Osasco

Veja também:
O relato do Claudio Rinaldo
O relato do Eduardo Acacio
O relato do Nadais
O relato do Rodrigo Aleixo


Veja meu livro de visitas | Assine meu livro de visitas | Contato

 

Topo da Página Volta | Página Principal Volta | Corrida Anterior Volta | Próxima Corrida Volta

PUBLICIDADE