5ª Corrida da Virada Joseense
http://sites.minhasinscricoes.com.br
Geral: 364ª corrida 2015: 33ª
corrida
Data: 31/12/2015 – 8h19min (quinta)
Local: Clube de Campo Luso Brasileiro – São José dos
Campos/SP
Distância: 15,17 km (17ª)
Tempo: 1:32:04 (líquido) e 1:32:37 (bruto)
Velocidade: 9,89 km/h (2,75 m/s) Ritmo: 6:04
Pontos (Tabela Húngara): 90
Temperatura: sol
entre nuvens, 23,9ºC
Valor da Inscrição: entre
R$ 58 (primeiro lote) e R$ 68 (segundo lote)
Número de peito: 1792
Tênis: Everlast Fast
vermelho/preto (8)
Colocações:
Geral: 323º (de 458) 70,31%
Masculino: 285º (de 379) 75,2%
Categoria 40-49 anos: 38º (de 44) 86,36%
Resultados na Web:
http://www.hleventos.com/resultado/58/1451666680_5km_site_hl.pdf
(5 km)
http://www.hleventos.com/resultado/58/1451666680_15km_site_hl.pdf
(15 km)
Medalha:
Camiseta:
Foto:
Foto: HL Eventos
Esportivos, Facebook
Álbum de Fotos (meu)
Álbum de Fotos (oficial)
Relato:
E
eis que, depois da última corrida, a minha décima (!) participação consecutiva
na Henock Reis Filho em Aparecida, aquela que não é do Norte, entrei de vez em modo férias. Merecidas, a propósito. A
segunda metade de dezembro foi divertida e relaxante... Mas teve praticamente
zero quilômetro rodado. E isso, fellas,
é uma verdadeira temeridade para esse corredor em eterna briga contra a balança
que vos escreve.
A
quinzena teve a festança de confraternização dos malucos do asfalto (pena que
só pude estar no primeiro dos dois dias!), com churrasco e muita breja. E teve também uma curta, mas deliciosa
viagem à Bahia, terra de minha esposa Janete e seus familiares, que adorei
poder reencontrar depois de sete anos. Aproveitei também para conhecer Correntina,
joia do sertão baiano, um oásis às margens do belo e límpido Rio Corrente... Valeu
cada segundo do passeio!
Festa, aqui e na Bahia
Mas
era óbvio que esses dias todos de ócio (quase) total e extravagâncias
alimentares teriam um custo. Nem me pesei, para não correr o risco de cair em deprê, mas as
roupas, ao contrário de mim, ficaram visivelmente menos folgadas. Meu pouco
condicionamento físico foi de vez para as cucuias.
Quando enfim retornei a São José dos Campos, no dia 29 de dezembro, já era
tarde demais para tentar recuperar o tempo “perdido”. Fiz um único treininho,
com 13 km, só para ter certeza de que não havia me esquecido de como é que se fazia
a coisa... Lá na boa terra, haviam sido dois que, somados, davam apenas mais quinze.
Aí,
se já não tinha muitas perspectivas de fazer uma boa prova para encerrar a
temporada 2015, de mais baixos do que altos (como, aliás, vêm sendo todas as
outras anteriores), perdi de vez as esperanças de qualquer melhoria nos resultados
pessoais. Passei a encarar a minha quinta participação — CORRI TODAS! — como
apenas e tão somente o desafio de terminar. Talvez o melhor fosse ter feito a
inscrição para os cinco e não os quinze quilômetros, ou mesmo tentar uma
mudança de última hora. Mas não sou de fugir da raia, né? Quem me conhece,
sabe... Teimoso que só!
Na
véspera, o esquenta para a prova foi
em duas etapas. Primeiro a de retirar o kit na costumeira megaloja esportiva. Nada de filas e alguns amigos para um papo
rápido e a tradicional selfie. E uma
sacolinha bacana, com direito a uma bonita camiseta e até um par de chinelos (!).
Pouco depois, já na arena do evento, ajudar na montagem da tenda que receberia no
dia seguinte a Equipe 100 Juízo e seus amigos. Mesmo com boa parte deles
preferindo marcar presença naquela outra, mais famosona, muvucada e cara. Eu? Tô fora! Gosto de corrida e não de procissão. Fico por aqui mesmo, que
ganho mais.
We ‘selfie’ a lot
No
grande dia, até pela ansiedade (sim, mesmo dez anos depois, ela ainda existe) acordei
bem cedo. Mas, meio preocupado com a ideia de pegar fila grande para adentrar
as dependências do clube, nem a barba fiz. Desculpem aí o visual desleixado...
Era para combinar com a minha preparação! Acho que fiz bem. Cheguei pouco depois
das sete e não tive problemas. Mas quem apareceu depois contou que não foi tão
fácil assim. E olhem que ainda tiveram o cuidado de embutir no preço da
inscrição o valor do estacionamento.
Com
tudo já devidamente adiantado e praticamente nada para fazer, dediquei a hora quase
completa antes de começar a correr ao que mais gosto. A resenha. Não tem coisa mais legal que colocar a fofoca do ano inteiro
com os camaradas, tomar aquele café sempre preparado com carinho pelas nossas nutricionistas, registrar os melhores
momentos em imagens para a posteridade. Mas o tempo foi só se prolongando. Já
passava das oito da manhã, nós já estávamos alinhados para a largada e nada da
prova começar.
Delegação meio
reduzida, mas animada como sempre
Pra
complicar um bocadinho mais, ele, que não fora convidado, estava ali. Adorei
chegar do solzão inclemente do
Nordeste com um tempo fechado, quase sempre até chuvoso, pelas bandas do
Sudeste. Mas hoje, justamente hoje, no último dia do ano, o mesmo de uma das
provas menos fáceis de se fazer por aqui, o tal do astro-rei resolveu dar o ar da graça. Logo cedo, batendo no prédio
vizinho ao meu. Cheguei a torcer para que fosse só uma pintura nova, num tom
mais brilhante de amarelo. Infelizmente não era.
Aí,
só lá pelas oito e vinte e depois de algumas indefinições sobre quem começaria primeiro,
nós ou os corredores da distância menor — os 5 km — é que finalmente seríamos
liberados para largar. Uma variável a mais numa equação que já era complicada
de resolver antes mesmo de ser anotada na lousa. Com o friozinho gostoso dos
dias anteriores, eu ainda tinha uma tênue esperança de correr legal. Sem ele,
restavam-me bulhufas...
E vamos correr, né?
Foto: Taffarel Edson
Eu
não atentara para o detalhe, divulgado previamente no site de inscrições. Estranhara
ao não ver, nem na véspera e nem a caminho da arena, no próprio dia, aquelas
tradicionais marcas pintadas no chão, indicando o ponto de retorno, pouco mais
de dois quilômetros antes de chegar ao clube. Não sei se foi por imposição do
pessoal do trânsito, aqueles que parecem sempre ter a palavra final (“pode” ou “não
pode”). Mas o fato é que o percurso mudou. Voltou à origem, por assim dizer. Depois
daquela volta de apresentação, ainda
na parte interior, em vez de dobrarmos à direita e seguirmos em direção ao
centro da cidade, como nas três últimas edições, fomos para o lado esquerdo, o da
vizinha Caçapava. Apenas na primeira vez em que a prova fora disputada, em 2011
e quando ainda era chamada de “São Silvestre Joseense”, isso havia acontecido.
Antes de sair rumo a
Taiada City
Foto: Taffarel Edson
Fiquei
matutando para decidir se gostara da mudança ou não. No fim, apesar de brincar com
os amigos ao lado, dizendo que agora ficara mais difícil de desistir (afinal,
antes passávamos defronte à portaria com apenas 5 km de percurso), acabei
contente com a novidade, novidadeiro
assumido que sou. Seria um flashback interessante
da edição original. Talvez tivesse até os “apenas” 14 km dela. Nas minhas
atuais condições, nada adequadas, menos seria mais.
Não
sei se foi a subidinha já nos primeiros metros. Não sei se foi a companhia de
bastante gente (muito menos que os 30 mil da SS, lógico, mas ainda assim, um
bocado de corredores juntos). Não sei se foi a companhia de gente também se
dizendo sem maiores pretensões momentâneas, como o Julius e o Aldo. Não sei se
foi tudo isso junto... Só sei que o primeiro quilômetro, como era de se
esperar, foi “ridiculamente” lento. Acho difícil que tenha feito um tão fraco
como esses 5’49’’ em todas as minhas participações anteriores. E tinha ainda de
me dar por satisfeito...
Antes de começar a
derreter
Foto: Marlene Andrade,
Facebook
Será
que tinha mesmo? Por pior que seja o momento, não sou e acho que nunca serei de
entregar os pontos sem lutar. Ajeitei o passo e, mesmo sem correr forte em momento
algum, melhorei bastante o ritmo nas parciais seguintes. Foram 5’23’’ no km 2,
ainda com a companhia de corredores dos 5 km, os mais ligeiros já no caminho de
volta pela pista oposta. E 5’32’’ no km 3, já depois do ponto de retorno
destes.
Uns vão, outros voltam...
Foto: HL Eventos,
Facebook
Se
cheguei a imaginar que, como em Aparecida duas semanas antes, seria uma corrida falada, mantendo o tempo todo a
companhia dos amigos, estava enganado. Eles são naturalmente mais rápidos do
que eu, mesmo quando não estão em suas melhores fases. Sumiriam à frente e eu não
arriscaria tentar alcançá-los. Faria uma prova solo, encontrando pelo caminho,
ora ultrapassando, ora sendo ultrapassado por outros companheiros de esporte.
Sem estabelecer parcerias duradouras, no entanto.
A
parciais seguintes seriam mais ou menos estáveis. 5’29’’ no quarto quilômetro,
5’24’’ no quinto e 5’36’’ no sexto. Só que, a partir daí, o calor começou a
pegar. Cada posto de água que surgia era um alívio. Dois golinhos curtos e um chuá. O sétimo quilômetro, último da ida
e o oitavo, primeiro da volta, marcaram o fim dos meus tempos começando com
cinco minutos, com 42 e 49 segundos, respectivamente. Daí em diante, só de seis
para cima, com uma única exceção.
Ainda bem que água teve
de sobra
Foto: HL Eventos,
Facebook
O
ponto de retorno, aliás, seria uma novidade a mais. Iríamos além do condomínio
residencial de todas as outras vezes. Eu até já conhecia o caminho, de um
treino que fizera com os parceiros de preparação para a Maratona de SP no
início do ano. Mas a maioria dos participantes deve ter estranhado pegar o inédito
trechinho em estrada de terra. Não sei o que pensaram. Eu, particularmente
gostei, achei que deu à prova um charme extra.
E o negócio ficou
cross-country
Foto: HL Eventos,
Facebook
Só
não curti mesmo foi a fervida no radiador...
O termômetro do Garmin Connect dizia estarmos abaixo dos 24ºC... Duvido muito!
Pra mim eram bem uns 30ºC. E correr havia deixado de ser algo agradável para se
transformar num sofrimento. Não só meu, mas de muitos outros esquimós e pinguins ao redor. No km 10, caminhei pela primeira vez. E isso
custou bem caro, foram quase oito minutos para completar o trecho. Se
projetava chegar a esse ponto do trajeto com 56’, passei com 58’’. Deu vontade
de parar e esperar o circular...
Tentei
me reerguer no quilômetro seguinte e, dificuldades à parte, até consegui. Assim
como no nono, fechei o décimo primeiro poucos segundos acima dos seis minutos.
Mas não consegui manter a regularidade. E nem o ânimo. Nos três seguintes,
alternaria trote e caminhada e ficaria sempre perigosamente dos 7’. Paces terríveis, que deixavam cada vez
mais claro que estava diante da minha pior participação. Tempo mais alto até
que o de 2014, onde também sofri feito cão por causa do mesmo motivo: o calorão
infernal. Cheguei a tirar a camiseta e fazer de turbante.
Clima estilo deserto
Foto: HL Eventos,
Facebook
Só
tomaria jeito no último quilômetro, ligeiramente mais fácil por ser talvez o
único plano, com leves declives até. Já cansado e com palmo e meio de língua
pra fora, tirei da cartola um improvável 5’45’’ no km 15, como se isso fosse
motivo para comemorar. Era mais ou menos como celebrar os 0% da capacidade do
Sistema Cantareira, saindo do volume morto depois de um ano e meio de índices
negativos.
Ir mal, sim... Deixar
de lutar, nunca
Foto: Camilo Nascimento,
Facebook
Desde
a primeira placa, a diferença em relação à marcação do GPS era sempre para mais
no relógio. E não daria outra no final. Seriam 170 metros além da distância regulamentar, ajudando a
tornar o resultado ainda mais alto. Acima de uma hora e meia, algo que, mesmo
pessimista, não esperava precisar encarar. Mesmo assim agradeci pelo apoio dos
amigos, ainda do lado de fora do clube e, sobretudo, na reta final. Talvez não tenha
feito nada para merecer as saudações, mas fiquei contente por ter forças para
completar uma prova tão difícil como essa, em condições muito pouco afeitas ao
meu gosto pessoal. Se fosse no dia 30/12, eu talvez tivesse baixado pelo menos
uns seis minutos desse tempo. Mas, em corrida, assim como na vida, sabemos que
não existe “se”. Foi o que deu para fazer e está de bom tamanho.
Meu caminho é de pedras
Foto: Césão Pires,
Facebook
Já
havia sido assim na quarta edição, em 2014. E esse ano novamente aconteceu. O
kit pós-prova não teve mimos como
champanhe, água de coco, BCAA, uvas passas ou fatias de melancia à vontade. Nem
mesmo os bem-vindos picolés da última vez estavam ali. Foram apenas banana,
maçã e uma garrafa de isotônico, que alguns chegaram a comentar que talvez
fosse melhor ter sido entregue durante o percurso. Para a malucada do asfalto, não
fez tanta falta. O nosso lanche comunitário supre com folga as calorias gastas
durante o esforço. Mas sim, claro, deu saudade dos anos de ouro. Que espero que possam voltar em edições vindouras (sem deixar de reconhecer o trabalho
sempre competente da organização, que fez uma prova tecnicamente muito boa, digna de elogios inclusive de gente
que veio de fora para participar).Que talvez possam inclusive, como a maioria das provas locais, premiar não só
os vencedores no geral, mas também nas faixas etárias. Seria mais justo.
Ninguém vai na corrida
pra chupar picolé... Mas, quando tem, é boooooommmm... ;-)
Foto: Edilene Dy,
Facebook
Apesar
do resultado muito ruim, brindei com os amigos e coloquei com orgulho minha
medalha no peito, a última de um 2015 de muitas lutas e algumas vitórias. O ano
que me viu voltar a correr uma maratona, a minha 12ª. O ano da minha primeira
corrida de obstáculos, que quase me deixou “aleijado”, mas foi inesquecível. Um
ano de, com essa, “apenas” 33 corridas, mas todas muito bacanas e importantes
em minha modesta carreira pedestre. O ano em que completei dez temporadas de
corridas, algo inimaginável no longínquo 2005. Um ano de pouco brilho, mas de
muita força de vontade. Que pretendo manter e reforçar para o 2016 que já
começou, com força total na preparação para a próxima maratona, novamente em
São Paulo, dessa vez no mês de abril.
Champagne,
per brindare un encontro...
Foto: Julius Cezar Dore,
Facebook
A
todos os amigos e companheiros de esporte que me acompanham aqui pelo Arquivo,
nas redes sociais ou pessoalmente, o meu agradecimento e os votos de um FELIZ
ANO NOVO. Que possamos estar
juntos, com saúde e muita alegria, nos muitos desafios que esse novo ciclo da
vida certamente nos trará.
Percurso:
Altimetria:
Gostei:
da
mudança no percurso, apesar de gostar também do original, da camiseta, da
medalha, dos chinelos
Não gostei:
do
atraso para a largada e do calorão que resolveu vir justo no dia
Média: 4,67
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